Um post sobre muitas coisas...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Sabe quando você percebe as coisas mudando? Quando você se pega olhando pras mesmas coisas de sempre, e o sentimento é totalmente diferente? E aí você não consegue imaginar de que forma o que parecia tão importante passou a ficar em segundo, terceiro plano. Você não faz mais esforços inúteis. Você não tem mais fé em certas coisas. Não espera tudo o que esperava antes. E você começa a pensar há quanto tempo isso vem acontecendo. Será que é recente? Será que já há algum tempo as coisas vem caminhando assim, mas você não tinha parado pra olhar pra elas, pra notar o que mudou? E o que mudou? Foram as coisas ou foi apenas você? Ou uma mistura de tudo isso. Você cresceu, ou você regrediu, mas de alguma forma, os sentimentos são outros, o olhar é outro, e as coisas se tornam outras. Os significados. O que tudo isso quer dizer? Você se sente velho, olhando pras coisas como se elas fossem um passado antigo. Um jovem olhando o mundo adolescente. “Será que eu pensava assim também? Será que eu era tão infantil?” E as coisas que você jurou jamais fazer? Nunca ser como seus pais, nunca pensar como eles. Nunca ter filhos. “Não. Eu nunca vou fazer algo assim.” Você olhou uma vez e tudo parecia perfeito. Olhando agora, nunca foi tão terrível, um caos estabelecido desde sempre. E só você nunca notou. Você se perde naquilo que sobrou. O que você dava por certo, agora um mar de incertezas, inundando sua vida, sua mente - seu futuro, quem sabe? Onde você deveria estar agora? E pra onde você vai se ainda não chegou a lugar nenhum? Como você sabe se chegou, se nem sabe onde está? Tantas dúvidas. Do que abrir mão? “Eu preciso mesmo abrir mão?” Quantas vezes você julgou estar tudo bem. Talvez, lá no fundo, você soubesse sempre, desde o começo, que nada estava no lugar certo, que nada estava bem. Mas você pensou tão sério nisso, com tanta vontade. E você se fez crer. Você disse isso tão alto, tantas vezes, que você mesmo passou a acreditar. Então porque não durou pra sempre? Não pra sempre. Um dia tudo acaba. De um jeito ou de outro, as fases vem e mudam as coisas. Elas vem e mudam você. Mudam seu foco, sua perspectiva, mudam seu endereço. Mas você é isso. Você é exatamente essa pessoa. Mudando o tempo todo, procurando descobrir algo maior a respeito de si mesmo. Tentando encontrar mais do que inconstância. No fundo, você acha que não mudar seria melhor. No fundo, acha que seria mais tranqüilo se conservasse suas opiniões, suas preferências, seus sentimentos. Mas, talvez bem mais fundo você saiba que há muito mais se você apenas se permitir ser você, e experimentar o novo, a mudança, o inesperado. Talvez seja melhor se você parar de se preocupar com o que não sabe, e apenas se alegrar com a possibilidade de conhecer o infinito. O infinito nas pessoas, e principalmente, o infinito em você. Porque, independente de onde se começa a procurar, cada um de nós é apenas mais uma janela para o infinito. Compreender isso pode ser uma forma de exigir menos de si mesmo, e também dos outros. As coisas mudam, e esse é um ciclo que nunca acaba. A vida nos dá apenas um hiato entre uma coisa e outra.

Momentos

segunda-feira, 26 de outubro de 2009
No ano passado eu escrevi essa carta pra uma missionária que conheci e vinha me ajudando a superar alguns momentos. Fiz algumas edições, não tantas, porque o sentimento dessa época é quase o mesmo de hoje.
“Bom, muita coisa mudou em minha vida desde que conversamos pela última vez. Eu finalmente mudei de igreja, e encontrei lá um verdadeiro refúgio. Tenho sido sempre grata a Deus pelo modo como tem cuidado de mim, e o modo como se importa em me ensinar mais sobre Ele e Seu reino. Eu praticamente me livrei da montanha russa, rs... Confesso que às vezes me sinto sozinha, incapaz... e isso geralmente acontece quando 'abandono' minha rotina de exercícios espirituais, tipo ler a bíblia, gastar tempo em oração sincera e tranqüila, e principalmente jejuar, que é sempre meu maior desafio... Ainda preciso de ajuda pra aceitar clara e abertamente a graça de Deus em minha vida. Confesso que não fazer as coisas direito, que errar e pecar, me deixa irritada, me faz achar que nada será como Deus planejou que fosse. Me faz pensar se é isso mesmo que Ele tem pra minha vida. Às vezes acho que se não consigo fazer as coisas direito, é porque não tenho mesmo vocação. Embora no fundo, tudo o que eu mais quero é que seja tudo verdade. Que Ele realmente se importe comigo e espere algo melhor de mim.
Tenho problemas com coisas com as quais não consigo dividir com ninguém. Acho que minha vida é abençoada apesar até mesmo mais do que penso, vejo que não tenho tantos problemas como outras pessoas, e ainda tenho em quem confiar, mas não consigo encontrar a paz completa, que mesmo nas horas difíceis, me ajuda a manter a calma. Às vezes entro em desespero comigo mesma. Já tenho 20 anos, e nem mesmo me decidi sobre o que quero ser profissionalmente. Sei que meus pais esperavam que eu já estivesse na faculdade, terminando nesse ano esse momento de estudos. Trabalhando, ajudando em casa. E na verdade, eu também queria isso. Não consigo fazer as coisas que planejei, e elas não são coisas ruins, sabe? São coisas boas. E eu não consigo realizá-las. Não consigo concretizar nada em minha vida, e por mais que eu insista pra Deus que Ele pode ficar à vontade e mudar as coisas, inclusive minha teimosia em me meter, nada acontece.
Sabe, não creio que exista alguém a quem eu ame mais do que a Jesus. Ninguém com quem eu me sinta mais à vontade, mas, no entanto, eu não consigo acreditar em nosso relacionamento. Deixe-me explicar. Eu falo com ele, como se Ele realmente ouvisse, eu me abro, mas parece que lá no fundo eu não acredito que Ele realmente está lá... Qual o problema comigo? O que eu preciso fazer pra mudar tudo isso, pra finalmente sentir? Não sei, viu? Só o que sei é que não quero passar a minha vida inteira apenas sonhando com coisas que nunca vão se tornar realidade. Preciso de ajuda, de um modo de mudar as coisas. No fundo é isso que eu sou. Embora em algum lugar também exista a pessoa que crê que as coisas podem mudar, senão eu não estaria perdendo meu tempo com isso. Eu sou feliz, pelo menos tenho motivos pra isso. Eu só queria me sentir assim em todo o tempo, completa, sabe?”

Sobre o feriado...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Resumir o feriado em um post.
Confesso que quando eu saí de casa, até mesmo antes, pra ir a Santa Maria – RN, no domingo de manhã, eu tinha duas expectativas. A proposta do luau camp era interessantíssima desde o início. Aversa ao tipo badalado de diversão, eu sinceramente fiquei feliz quando soube que se tratava de um retiro espiritual. Então vieram as leves dificuldades, e eu comecei a pensar se deveria mesmo estar lá. Aí vem mais um confesso: não me mexi muito pra ir. Na verdade, pra mim, tanto fazia ir ou não. Tanto é que um dia antes, eu até pensei que não estava tão animada, e deveria mesmo ficar em casa. Foi então que a segunda expectativa surgiu: Integração. Desde fevereiro de 2008 eu participo dos cultos na Igreja do Nazareno. Como eu sempre fui introvertida, foram poucas as pessoas com quem eu sentei pra conversar. Então quando a segunda expectativa surgiu, eu decidi que o melhor seria mesmo ir.
Hoje, olhando pros dias que passei lá, eu vejo mais do que a concretização de duas expectativas. Eu recebi tanto mais do que eu esperei. É até fácil descrever o sentimento agora, a satisfação que sinto. Difícil é colocar em palavras os momentos divididos, compartilhados. Foi importante estar ao lado daquelas pessoas, olhar pra elas sob uma perspectiva diferente, ouvir a respeito do que cada uma delas tem vivido, tem aprendido, tem plantado, tem colhido. Foi uma experiência maravilhosa em vários âmbitos. Foi bom estar lá e aprender mais a respeito do Senhor e poder experimentar isso ao lado de pessoas que colocaram os seus corações naquilo. Espero que esse seja um verdadeiro recomeço. Que possamos honrar aquilo que nos foi entregue pelo Senhor nesses momentos tão especiais.

Da saudade...

domingo, 4 de outubro de 2009
Todos nós já sentimos saudades de alguém, ou de algo, né? Todo mundo já sofreu calado, sofreu chorando ou sofreu gritando. Todo mundo já sofreu da dor da saudade, em algum momento. Alguns de nós convive com ela há tanto tempo, que já nem sabe como é viver sem saudade. A gente se pergunta: "E isso existe?" Eu confesso que me pergunto se existe alguém no mundo que pode ler essas linhas e dizer: "ahh, eu não tenho saudade de nada". Que pessoa privilegiada! Que Graça seria ter na vida o tipo de sentimento de quem não sente falta de coisa alguma. Aquela falta de quem nunca esteve perto... aquela falta de quem passou tanto tempo perto, e agora tem que lidar com a tristeza de viver longe... e a falta de quem teve tão pouco, mas numa intensidade tanta, que se pergunta como foi capaz de viver sem aquilo por tanto tempo. São as pessoas, a época, o momento, a sensação. As coisas que a gente precisa aprender a viver sem. Mas a gente luta, esperneia, procura um jeito, se permite ter esperança. Porque por menos, ou nada, que se tenha tido, você sabe, eu sei, a gente sabe: Vale a pena ter esperança. Vale a pena esperar, de novo, por aquele momento, aquela época, aquela sensação, aquelas pessoas.
E quantas vezes for preciso, independente do que vier, eu vou esperar. E esperar com a certeza de que as coisas finalmente serão como sempre deveriam ter sido. De que aquelas faltas, pouco a pouco, vão acabar.

Eclesiastes 3.1-8
"Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar; tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar; tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora; tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz."