Sobre coisas que a gente não esquece

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Aquela viagem inesquecível, sabe? Você fez há um tempão atrás, mas ainda lembra quase detalhadamente de tudo o que aconteceu. Lembra das sensações, de vez em quando sente o cheiro daqueles momentos, se pega olhando pra trás e pensando em como seria bom voltar e viver tudo de novo.
E aquela pessoa que se foi? O tempo levou, a morte levou, a vida levou. As pessoas com quem você dividiu momentos e sonhos. Talvez tenha dividido planos, desejos de seguir pra sempre juntos. Dá uma saudade boa quando você lembra. O riso vem fácil e você pensa em como as coisas mudam.
Essas coisas são boas, né? Não dá pra esquecer como foi bom.
O problema vem quando você não consegue esquecer algo que quer muito esquecer. Aquele(a) ex-namorado(a) que te traiu. Um amigo que fez outras opções. Um erro que você cometeu. Algo que te feriu. Não tem jeito. Você passa o dia jogando isso pro lado, mas é só tudo parar pra você se pegar pensando naquela situação/pessoa/fato. A gente não devia vir com um botãozinho de liga e desliga, e talvez uns seletores também, pra escolher o que quer lembrar e o que quer esquecer? Não é a coisa mais chata quando você esquece o aniversário de um grande amigo, apesar de ter passado a semana inteira se lembrando? Não é terrível ter que conviver com a lembrança de um erro cometido há tanto tempo atrás? Não é doloroso abrir os olhos pela manhã e ter na cabeça alguém em quem você vem tentando não pensar?
Não seria maravilhoso que nossa memória pudesse fazer uma escolha automática, nos poupando das lembranças dolorosas e conservando apenas as que podem nos fazer mais felizes?
Muitos certamente dirão que as lembranças de nossos momentos dolorosos nos ajudam, nos impedem de cometer os mesmos erros novamente. Eu mesma diria. Mas, isso é uma outra história...