Sobre o tempo...

segunda-feira, 29 de março de 2010

Há certamente muitas coisas que poderiam ser ditas a respeito do tempo. É fato que o tempo é, ao seu modo, o grande gestor de todas as coisas. É fato também que o tempo tem seus efeitos sobre as feridas. Acho até que a maioria de nós pode dizer que são bons efeitos, e que o tempo realmente tem o poder de curar as feridas, sobretudo as causadas pelos relacionamentos em que acabamos nos envolvendo no decorrer de nossas vidas.
Sobretudo, se o tempo tem o poder de mudar as coisas, não significa que são mudanças definitivas. Aparentemente, bastaria apenas mais um tempo para que novas mudanças acontecessem, tornando as coisas como antes, ou apenas fazendo-as novas. Dessa forma, o tempo pode mudar o amor num relacionamento, tornando-o mais forte ou mais fraco, dependendo da intenção do próprio tempo, e até da forma como o empregamos em nosso favor.
É provável que a maioria de nós já tenha notado os vários modos como o tempo pode agir nos relacionamentos. Quem nunca viu o tempo transformar a distância em costume, até que não houvesse mais saudade, nem necessidade de se estar junto novamente? Quem nunca sentiu em si mesmo o tempo levando ao esquecimento, feridas que julgávamos incuráveis, mudando inclusive a maneira de encararmos aqueles que nos feriram? Quem nunca passou pela experiência de ter um relacionamento fortalecido, apesar do tempo de separação? Quem nunca esperou que o tempo tornasse possível respirar-se aliviado, sem o peso de não poder viver sem alguém que simplesmente foi embora? Quem não desejou que o tempo apagasse da memória os tempos bons e ruins, que vivemos com alguém que jamais voltará à nossa vida? Quem nunca implorou ao tempo que apagasse da memória aquilo que nos magoou, para que voltemos a ser felizes ao lado da pessoa que amamos? Quem nunca imaginou como seria se o tempo apagasse todos os erros, sem exigir que vivamos as conseqüências? Quem nunca quis que o tempo parasse, e nos desse mais tempo pra aproveitar aquele momento incrível e precioso que gostaríamos que durasse para sempre?
Talvez o tempo seja mesmo essa poderosa ferramenta que pode salvar ou arruinar as nossas vidas. Isso até que ele mesmo volte a agir mudando novamente nosso rumo, nosso olhar.
quinta-feira, 18 de março de 2010

Todo relacionamento passa por fases. Talvez algumas pessoas distingam cada fase de forma particular, diferente. O fato é que as fases são parte do todo que é cada relacionamento. Portanto, vamos a elas!

1ª fase: Travando conhecimentos

Depois do primeiro contato, começamos a aprender a respeito da pessoa com quem estamos nos relacionando. Nessa fase, perguntar é o melhor, e também o mais usado, meio de se conhecer alguém. Aqui nós descobrimos tudo o que nos fará, ou não, levar esse relacionamento adiante.

2ª fase: Criando intimidade

Nessa fase nós vamos colocar em prática os conhecimentos adquiridos na primeira fase do relacionamento. Se resolvemos levá-lo à frente, esse é o momento de utilizar o que aprendemos para construir junto a este alguém, uma ligação íntima. Ao criar intimidade, chegamos ao momento principal do relacionamento. Aqui já não é preciso tantas perguntas, pois já podemos analisar o que a outra pessoa sente de acordo com aquilo que já sabemos dela. Esta é provavelmente, a fase mais feliz do relacionamento.

3ª fase: Relaxando

Após aprender sobre alguém, e assim, conquistá-lo, criando com ele uma ligação, nós chegamos na fase mais perigosa de um relacionamento. O momento em que abaixamos a guarda e nos enchemos de confiança a respeito do que este alguém sente por nós. Tendo sigo conquistada tal pessoa, nos damos conta do nível de importância que temos pra ela, e assim, compreendemos que tal pessoa não corre mais o risco de dar passos para longe de nós, criando um sentimento de comodismo muito comum, e que geralmente leva os relacionamentos ao seu momento crítico. Muitos relacionamentos chegam ao fim nesta fase.

4ª Fase: Cuidado

Se o relacionamento consegue passar pela fase mais perigosa, ele ganha força e fôlego pra seguir em frente. Aqui se inicia o que eu chamo de fase do cuidado, onde nós já sabemos o que fazer, e além disso, sabemos o que não devemos fazer. Assim, iniciamos um momento de cuidado com o outro, com o que o outro sente, entendendo que nem tudo dura para sempre e que até o melhor sentimento pode morrer se não for bem cuidado.

E aí, o que é que vocês acham?

Do que é feito o amor?

quinta-feira, 4 de março de 2010

Às vezes eu fico pensando nisso. Quais os elementos básicos do amor? De que forma ele nasce, se alimenta, cresce? De que forma o amor morre? Tenho pra mim que o amor tem como ração o invisível, aquilo que não se ouve, que não se sabe. Os pequenos detalhes que os olhos não reconhecem, mas que o amor jamais deixaria passar. Detalhes que alimentam um sentimento que se expande, invade nosso ser. O amor em suas variadas formas.
Será que foi aquela ligação? Será que o amor surgiu no meio das cartas, mensagens de texto e e-mails recebidos? Será que o amor veio até nós através do aroma daquele lindo buquê de flores, em plena primavera? Será que veio nas palavras de um cartão? Antes ou depois daquela declaração? Ou simples, como a chuva, o amor cismou de aparecer em dia de sol?
Algo acontece. Simples ou não, acontece. E o amor muda a gente, né? O amor abre portas e possibilidades. Altera os significados. Abre nossos olhos para ver o que realmente importa. Nos deixa bobos, nos faz crianças. Nos ensina responsabilidades.
Assim como vem, rápido, silencioso, se instalando como se fosse o dono da casa, o amor se vai? Será que o amor acaba? Será que o que dizer sobre ‘o amor que acaba não ser amor’ é verdadeiro? Mas o que é o amor? Se o que foi sentido, ainda que tão intenso e tão significativo, e ‘acabou’ não era amor, então o que era?
Será que o amor é como uma flor? Você rega, dá sombra, põe água e ele permanece bonito, sorridente? O que seriam essas coisas na linguagem do amor? Carinho, atenção, cuidado? O amor morre sem isso?
E como se mede o amor? Ou será o amor sempre igual? Amor é amor, do jeito que for, sem categorias, simplesmente amor e ponto? Independente do tempo que se passa junto, da quantidade de mensagens, e-mails, telefonemas, visitas, scraps e depoimentos no Orkut, replys no Twitter, café da manhã na cama, abrir a porta do carro, quem desliga o telefone primeiro, quem fala mais sobre o que sente, sinais de fogo, o que quer que seja? O que são essas coisas para o amor? Que efeito elas tem sob tal sentimento? Faz alguém nos amar mais? A falta disso quer dizer que alguém nos ama menos? Como se mede?

“O amor é um não sei quê, que surge de não sei donde e acaba não sei como.” Madeleine Scudéry