Daí a gente vira adolescente. Os amigos nos carregam nas costas, nos levam nos ombros em nossos problemas juvenis, sempre tão trágicos. Nessa época a gente se apega completamente, traça planos, sonha em levar aqueles amigos pela vida inteira. Mas nem sempre isso dura. Algum tempo depois e a gente já tá fazendo esses planos com outros amigos, com tanta intensidade quanto antes. A amizade adolescente, assim como a maioria das coisas nessa época, é intensa, absorve e é vivida ao extremo. Pactos de sangue, promessas de irmandade, e todas essas coisas que quem é ou já foi adolescente certamente passou (ou está passando).
Quando a gente cresce, traz pra essa fase o peso ou a leveza dos relacionamentos que viveu. Se houve muitas decepções, haverá provavelmente muita dificuldade em confiar novamente nas pessoas. Cada um de nós é a estranha combinação de pedaços das várias pessoas que passaram na nossa vida. Algumas deixaram ótimas sensações, nos levaram a novas experiências. Algumas brincaram com nossos sentimentos. Fomos traídos. Mas também fomos as pessoas mais felizes na face da terra, nem que tenha sido apenas por alguns minutos, horas ou dias.
O fato é que é sempre difícil quando começamos a notar as coisas mudando. Em nós, nos outros, no mundo. E as coisas sempre mudam. Se nós mudamos, nós esperamos aceitação. Se os outros mudam, nós esperamos que eles voltem ao ‘normal’, que sejam de novo aquilo que eram antes. Às vezes, nossa razão até entende. E às vezes, nos esforçamos pra fazer nosso coração teimoso entender também. Às vezes, a briga nem é com o outro.
Quanto a mim, eu tenho medo do futuro dos meus relacionamentos. Eu olho pra trás e vejo que nem tudo o que aconteceu com os relacionamentos que tive foi perfeito, ou bom. Eu vejo dor, vejo a esperança que não vingou. Mas eu vejo felicidade também. Vejo grandes experiências, muitos sorrisos reais. Vejo um tempo que em que os sentimentos não foram de mentira, nem mesmo pra quem partiu meu coração. Nem mesmo pros corações que parti. Eu olho pra frente e procuro ver novas chances no que tenho hoje.
Das coisas que eu sei, eu sei que quero levar “os meus” comigo até o fim. E eu sei que o que fiz, fiz de coração aberto, e que acertando ou errando, eu fiz tentando fazer o melhor. Abrir meu coração pra viver talvez “adolescentemente” meus relacionamentos foi a melhor coisa que eu podia ter feito.
E das coisas que eu quero, eu quero sempre “amar sem medo de outra desilusão”. Eu quero isso pra todos nós.
Certamente foi uma das melhores coisas que você poderia ter feito.
Gostei do texto.
Continue com o coração aberto...sempre.