
A vida não é sempre como esperamos, é? Na verdade, acho que é mais o contrário.
A esperança, doce ilusão. Quanto mais esperamos, mais chances de que a esperança nos traia e se converta em decepção.
E nós, o que fazemos? A maioria se levanta, carregando nos ombros o peso enorme de quem se iludiu de novo.
Força de vontade, fé, mais esperança. Ao invés de simplesmente tomar o caminho mais fácil e deixar pra lá, nós insistimos, loucos na crença de que dessa vez, vai dar tudo certo.
De certa forma, estamos certos, já que pode ser sempre a última vez, né? Bom, nem sempre. Aliás, difícil, hein? Quantos anos você tem? Dá pra contar que teve uma decepção só por ano? Desde que você passou a entender as decepções - nem falo daquelas de quando você é tão pequeno que um minuto depois nem lembra que não era bem isso o que você queria – muita coisa já aconteceu. Você já quis muita coisa e já tentou se contentar com o que recebeu no lugar.
A verdade é que nossa vida é cheia de decepções. Nem precisamos ter tanta atenção pra perceber isso. E outra verdade, é que dói muito. A decepção aperta nosso coração, quase o esmagando, reduzindo-o a nada. Acredite, qualquer pessoa que amemos tem o poder de nos decepcionar da pior forma possível. Não que elas tenham sempre a intenção. Às vezes, só por serem elas mesmas, nos decepcionam. Às vezes, porque exigem de nós mais do que podemos dar. Às vezes, apenas porque elas não nos entendem.
Dizem que a decepção ensina a viver. Talvez. Mas enquanto a decepção é dor, ela machuca mais do que ensina, e a dor encobre o que quer que haja de bom nela. Ensinamento, experiência? Enquanto age em nós, a decepção é apenas a realidade, cravando em nós a sua flecha cruel. E tudo o que nós queremos é nos livrar dela.
Bom, acho que voltar ao começo é a melhor forma de terminar este post. Aconteceu agora? Não se preocupe. Vai acontecer de novo, e pode muito bem ser pior.